Contabilidade Mental - Porque aufiro 1000€ / mês

Olá amigos

Já ouviram falar de "Contabilidade Mental"? 

A teoria da Contabilidade Mental foi desenvolvida por Richard Thaler, prémio Nobel da Economia em 2017, que a caracteriza como "um conjunto de operações cognitivas usadas por indivíduos e famílias para organizar, avaliar e manter o controlo das suas actividades financeiras". 

Hoje venho falar-vos da minha contabilidade mental, que no fundo assenta no seguinte princípio:


Eu explico: 

Como já disse anteriormente, comecei a trabalhar por conta própria em início de 2018.
Sendo a minha primeira actividade empresarial, as minhas noções de gestão eram poucas e reduziam-se a alguns ensinamentos de um emprego que tive entre 2013 e 2016. 

Mas como sempre me interessei por finanças, fui-me organizando pela intuição, ajustando quando fosse necessário

E assim tem funcionado

Comecei por abrir uma conta bancária para a empresa, onde entram todas a receitas, e de onde saem todas as despesas. 
Aí controlo todos os valores referentes ao negócio, designadamente pagamentos, cobranças, etc.

Ao final do mês, o meu vencimento conta como despesa, e da conta da empresa saem 1000 euros para a minha conta pessoal 

Como apurei este valor? 
Esse era o valor que estava a auferir no último emprego antes de me despedir, e sabia que era o suficiente para o meu estilo de vida. Considerei ser também o adequado para uma jovem com as minhas condições de vida e necessidades, face à conjuntura socioeconómico da época. 

Calculei que nos primeiros meses de actividade talvez não conseguisse facturação que permitisse pagar-me a mim própria o valor total, o que não me assustou, pois tinha uma pequena reserva financeira, preparada para os meses de caminhada no deserto que antevia. Em concreto, tinha o suficiente para me manter 3 ou 4 meses sem salário, já não me recordo bem.
Felizmente não foi necessário, e no final do primeiro mês, pude pagar a mim mesma os 1000 € de salário que estipulei. Mantendo a RFE intocada. 

Até ao momento, mantenho o mesmo vencimento, sem aumentos, sem subsídios de férias nem de Natal, embora ande a pensar que se calhar devia pedir um aumento à patroa 


Um à parte: 
Recordam-se desta conhecida rábula de Revista à Portuguesa, protagonizada por Ivone Silva, "Olívia Costureira, Olívia Patroa"?
Através de um humor e inteligência impressionantes, pretendeu-se satirizar o autoemprego, e brincar com a dualidade de papéis de ser, simultâneamente, o patrão e o empregado.   

Para se rirem um bocadinho:


Bem

Se podia ganhar mais? Podia.
Se a minha empresa me podia pagar mais? Podia.

Mas 

EU NÃO QUERO. 


Prefiro manter o mesmo nível de vida pessoal, encaixar a minha vida dentro do salário e não o salário dentro da vida. 

Não preciso de luxos. Preciso do suficiente. 
Porque sei que um luxo, quando constante e reiterado, torna-se uma obrigação. Damo-lo como certo e já não vivemos de outra forma. E eu prefiro saber que, se a facturação da empresa diminuir, não estou presa em dívidas e obrigações. Só assim consigo sentir-me confortável com a insegurança do mercado, da facturação e de, ao início de cada mês, não saber se terei salário no final. 




Isso não me impede de me automotivar a facturar cada vez mais, em fazer crescer a empresa, aumentar clientes, a estipular objectivos desafiantes e alcançá-los. 


Pelo contrário:

Motiva ainda mais saber que, no final do ano, a empresa gera lucro, que aí sim, poderei distribuir pelos sócios (bem, não há sócios, sou eu apenas)
O valor do lucro serve então para criar reserva financeira de segurança e continuar a crescer financeiramente, fazer investimentos pessoais e profissionais.  
Sem lucro, não há crescimento. 
Uma empresa que só gera receita ao nível das despesas, não cresce, apenas se mantém.

Esta foi a fórmula que encontrei para eu-Maria, crescer pessoal e financeiramente, enquanto crio um negócio em expansão, sustentável e lucrativo. 


O que vos parece, meus amigos? 
Alguém por aí a trabalhar por conta própria? Como se organizam? 

Deixo-vos um beijinho
da
Maria

Comentários

  1. Excelente maneira de pensar! Um raciocínio muito bem delineado para um futuro equilibrado e preciso!

    Parabéns! E que postes cada vez mais Maria!

    Ansioso.

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  2. Concordo contigo, o importante é ter o suficiente, o que, a partir um certo montante, é mais uma questão mental do que monetária.

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  3. Crescer com os pés assentes na terra, muito bem.

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